Grão em Grão

Um pouco mais de dois anos após o inicio de toda essa loucura de pandemia e tudo que ela gerou no Brasil (lockdown, fake news, crises e disputas políticas, vidas negligenciadas por politicagem, vacina negociada como se não fosse algo essencial, dentre outras coisas…)?

A rotina mudou, alguns valores pessoais também. Necessidades berravam internamente, mas eram sufocadas, e talvez por isso o cansaço físico e mental tenha alcançado seu limite para a maioria das pessoas. Uma adaptação abrupta e forçada, sem tempo pra lamentação, e levando um soco atrás de outro soco…

Se você se reencontrasse com você mesmo de antes de pandemia, você se reconheceria como pessoa?

Eu, com certeza, não. Relacionamento chegando ao fim, desempregado, mudanças no foco pessoal e profissional, a musica dando voltas e mais voltas, e de repente minha vida estava totalmente ao contrário. Uma volta de 180º. Planos, correrias, focos e vontades mudaram de direção, e demorou para que as atitudes tomassem o mesmo rumo. Queda grande demora pra se recompor.

Aos poucos, as atitudes vão se alinhando com os planos e focos, mas ainda sim, demora um pouco pra entrar no eixo. Ainda pesa um pouco para um dos lados, tem alguns buracos na pista também, muitos bloqueios. Mais difícil de tudo isso é entender o porquê parecer muitos mais uma pista oval do que uma pista em linha reta. Voos grandes exigem pistas grandes.

Alguns nós ainda devem ser desatados, e parece que estou sempre tapando o sol com a peneira. Cada vez mais difícil lidar com a poeira debaixo do tapete.

Que esse ano novo astrológico seja mais leve.



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EU?

Músico, escritor, inquieto e hiperativo. Meu joelho treme no frio e minha pálpebra treme quando to no limite. Um café e um cigarro caem bem. Bateria pra aliviar e conectar, música pra sorrir e deixar fluir. Gratidão nem sempre vem, mas sempre tem.

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